Alergias e Imunoterapia: Um Guia Completo para Qualidade de Vida
Descubra tudo sobre alergias infantis com a Dra. Ana Gabriela Coelho. Entenda diagnóstico (Prick Teste), imunoterapia e APLV

Nariz entupido, coceira insistente, espirros frequentes ou tosse que não passa? Esses são sintomas comuns que muitas vezes são subestimados, mas que podem indicar a presença de alergias. Para lançar luz sobre este tema tão relevante para a saúde de adultos e crianças, a Dra. Ana Gabriela Coelho, médica pediatra especialista em alergias e imunologia, falou sobre esse assunto. Ela compartilhou informações essenciais sobre como identificar, diagnosticar e tratar essas condições, que podem impactar significativamente a qualidade de vida.
A Dra. Ana Gabriela, enfatizou a importância de estar atento aos sinais do corpo e buscar orientação médica para um diagnóstico correto e um plano de tratamento eficaz.
Desvendando os Sinais de Alergia: Além do Simples Desconforto
Sintomas como coceira na garganta, no ouvido, nariz constantemente obstruído ou crises de espirro podem ser mais do que um simples incômodo. Primeiramente, a médica explicou que, embora algumas rinites e sinusites possam ter origem infecciosa, a recorrência desses quadros, especialmente em contato com fatores como poeira, mofo, pelos de animais ou pólen (abundante em nossa região agrícola), frequentemente aponta para uma origem alérgica.
Um quadro que merece atenção especial, por exemplo, é a rinoconjuntivite alérgica, que combina os sintomas nasais com irritação ocular, resultando em olhos vermelhos, lacrimejantes e muita coceira. A Dra. Ana Gabriela fez um alerta importante sobre o hábito de coçar os olhos, pois, segundo ela, quando coçamos, pode surgir uma condição chamada ceratocone, que é uma alteração no formato do olho, e isso é perigoso, porque pode evoluir até mesmo pra quadro de déficit de visão.
Consequentemente, o ceratocone, uma deformidade na córnea, pode levar a problemas sérios de visão, ressaltando a importância de não negligenciar esses sintomas.
O Impacto das Alergias na Qualidade de Vida e a Asma Alérgica
As alergias não se limitam ao desconforto superficial. De fato, em crianças, a constante irritação pode atrapalhar o desempenho escolar e o desenvolvimento diário. Contudo, a maior preocupação surge quando as alergias afetam as vias aéreas inferiores, podendo desencadear crises de asma alérgica.
A asma alérgica é caracterizada pela inflamação e fechamento dos brônquios pulmonares, dificultando a respiração e causando tosse e falta de ar. A especialista explicou que existem diferentes tipos de asma e que o tratamento pode envolver o uso de broncodilatadores inalatórios – as “bombinhas” – que ajudam a abrir as vias aéreas durante as crises. É fundamental entender, porém, que há diversos medicamentos para diferentes necessidades e que nem todas as bombinhas servem para o mesmo propósito.
O Diagnóstico Preciso: O Prick Teste
Para um tratamento eficaz, o primeiro passo é a identificação do alérgeno responsável. Nesse sentido, o Prick Teste é uma ferramenta diagnóstica de grande valor. A Dra. Ana Gabriela descreveu o exame como “incrível” e altamente específico para cada indivíduo, pois permite personalizar o diagnóstico.

O procedimento é simples, não utiliza agulhas nem envolve sangue, sendo realizado com uma ponteira plástica no braço (ou nas costas de crianças pequenas), e pode ser aplicado em qualquer idade. Ele investiga reações a uma vasta gama de alérgenos, por exemplo:
- Aeroalérgicos: Ácaros, pólens, poeira doméstica, pelos de animais (como gatos, cães, cavalos), fungos e mofo.
- Alimentos: Ovos, leite, amendoim, camarão, trigo e peixes, entre outros.
Em suma, o Prick Teste permite determinar exatamente qual substância está causando a reação alérgica, direcionando o tratamento de forma mais precisa e personalizada.
Imunoterapia: Reeducando o Sistema Imunológico
Após a identificação do alérgeno, a solução frequentemente proposta é a imunoterapia, também conhecida como a “vacina da alergia”. Segundo a Dra. Ana Gabriela, a imunoterapia é um processo de “ensinar” o organismo a lidar com o que está desenvolvendo a alergia.
A imunoterapia consiste na administração gradual e controlada de pequenas doses do alérgeno ao qual o paciente é sensível, com o objetivo de “treinar” o sistema imunológico para desenvolver tolerância. Pode ser realizada por injeções semanais no braço ou, de forma mais atualizada, por gotinhas sublinguais diárias. O medicamento manipulado, que contém os extratos do alérgeno, é feito em farmácias especializadas e entregue refrigerado à clínica, garantindo a integridade do tratamento.
Com o tempo, o organismo do paciente se habitua ao alérgeno, e as reações em futuros contatos tornam-se mais brandas ou desaparecem por completo. A Dra. Ana Gabriela ilustrou o benefício da imunoterapia, explicando que, mesmo tendo contato com o alérgeno, as crises se tornam muito mais brandas ou inexistentes, sem atrapalhar a respiração ou causar desconforto grave. A duração do tratamento varia conforme o paciente e o tipo de alergia. Por exemplo, para alergias alimentares, como a do leite de vaca, o tratamento geralmente é iniciado após os três anos de idade, enquanto para o ovo pode começar mais cedo.
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Alergias Alimentares: Um Olhar Atento e Diferenciado
As alergias alimentares foram outro ponto de destaque na conversa. A Dra. Ana Gabriela ressaltou a importância da introdução alimentar precoce de alérgenos, pois isso pode diminuir a chance de a criança desenvolver alergias alimentares mais tarde. Os alimentos mais comumente associados a reações alérgicas graves incluem leite, ovo, trigo, frutos do mar, peixes, camarão e amendoim.
Ela também explicou o que é a anafilaxia, uma reação alérgica potencialmente grave, detalhando que:
“Anafilaxia é quando forma uma urticária bem importante no corpo da pessoa, só que associado a isso, prostração, sonolência, pode causar irritabilidade, quase um desmaio, pode ter ou não crise de tosse, desconforto respiratório, vômito e diarreia.”
A médica relatou ter tratado vários casos de anafilaxia ao ovo em sua clínica, o que reforça a gravidade da condição.
A Diferença Crucial: Intolerância à Lactose x Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV)
A Dra. Ana Gabriela fez questão de esclarecer uma confusão comum: a diferença entre intolerância à lactose e a Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). Ela esclareceu:
“A intolerância à lactose se confunde muito com a alergia à proteína do leite de vaca, porém, são duas coisas diferentes.”
A intolerância à lactose ocorre pela dificuldade de digerir o açúcar do leite (lactose) devido à falta da enzima lactase. Já a APLV, por outro lado, é uma reação imunológica às proteínas do leite de vaca (caseína, alfa e beta-lactoglobulina) e é uma condição muito mais séria, com risco de anafilaxia e reações imediatas e graves, necessitando de um tratamento e acompanhamento mais rigorosos. A médica explicou que, em casos de APLV, mesmo outros leites de animais como o de cabra podem causar reações, sendo o leite de soja uma alternativa mais segura.
A Mensagem da Especialista: Não Hesite em Procurar Ajuda
Para finalizar, a Dra. Ana Gabriela deixou uma importante recomendação, especialmente para as mães:
“Se você desconfia de algum tipo de reação alérgica alimentar e suspendeu esse alimento com medo de oferecer pela segunda vez, procure o quanto antes o médico alergista.”
Ela enfatizou que nem toda reação significa uma alergia verdadeira. Por conseguinte, a avaliação profissional pode evitar restrições alimentares desnecessárias que afetam a nutrição e o crescimento da criança. A Dra. Ana Gabriela reforçou que o Prick Teste e a imunoterapia estão disponíveis e são eficazes tanto para adultos quanto para crianças, sendo um grande aliado nos casos mais persistentes de alergias.
Serviço:
Dra. Ana Gabriela Coelho
- Especialidade: Médica Pediatra especialista em Alergias e Imunologia
- CRM: 45184 / RQE: 34116
- Clínica: Mais Saúde
- Endereço: Avenida Francisco Scarpari, 07 – Goioerê
- Telefone: (44) 3522-1247
- WhatsApp: (44) 9 9903-1015
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