Qual é o seu negócio? Doce de Leite Fonte Azul resgata memórias afetivas e conquista Goioerê
A história por trás do delicioso Doce de Leite Fonte Azul

Goioerê (PR), 06/09/2025 – A história de Franciele Maldonado e o Doce de Leite Fonte Azul é um exemplo de como memórias afetivas podem se transformar em um negócio de sucesso. A empreendedora foi a convidada de estreia do quadro “Qual é o seu negócio?“, transmitido pelo programa Almanaque na 104 FM, e emocionou os ouvintes ao compartilhar sua trajetória de vida e o propósito por trás de seu doce.

Franciele, que nasceu na região da Fonte Azul, em Goioerê, cresceu com o sabor único do doce de leite feito por sua mãe e avó. Após passar anos em Maringá, onde construiu uma carreira sólida no marketing, ela decidiu retornar à sua cidade natal para realizar um sonho: produzir um doce que resgatasse o sabor e as memórias de sua infância. “O meu negócio é um abraço para quem tem memória, mas também para quem nunca viveu essa época. Hoje, sei que tem gente que nunca experimentou um doce de leite de verdade”, afirmou Franciele durante o programa.
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Quem é Franciele Maldonado?
Por trás do Doce de Leite Fonte Azul, há uma mulher determinada, cheia de histórias e com uma jornada que inspira. Franciele, ou Fran, como é carinhosamente chamada, nasceu na Fonte Azul, na zona rural de Goioerê, no Paraná. Sua vida foi marcada por idas e vindas, literalmente e figurativamente. “Eu já andei bastante nessa vida”, conta ela com um sorriso no rosto, relembrando os caminhos que a trouxeram de volta para casa.
Fran morou por dez anos em Maringá, onde buscou construir sua carreira. Inicialmente, tentou gastronomia, mas não concluiu. Voltou para Goioerê por um curto período e, depois, partiu novamente para Maringá, determinada a deixar sua cidade natal para trás. “Eu não gostava de Goioerê, queria ir embora de qualquer jeito”, confessa. Lá, ingressou em administração, também sem terminar, mas encontrou seu caminho no marketing, curso que finalmente concluiu. Na cidade, cresceu profissionalmente, chegando a gerente comercial de uma empresa, coordenando equipes e cuidando de redes sociais. Tudo parecia estar no lugar certo, até que uma inquietação no coração começou a sinalizar que algo precisava mudar.
O Chamado de Volta e a Ideia que Mudou Tudo
Após um longo período de reflexão, e com o apoio de muita terapia, Fran decidiu pedir demissão, mesmo com a gratidão que sentia pela empresa e pelas pessoas com quem trabalhou. “Eu amo vocês, mas preciso sair”, lembra ela, descrevendo o difícil processo de desapego. Foi nesse momento de incerteza que a ideia de ter seu próprio negócio começou a surgir. Mas o que fazer? Marketing parecia o caminho óbvio, mas o destino tinha outros planos.
Durante uma visita a Goioerê, enquanto passeava com a família, seu pai, um perfumeiro que sempre sonhou em tê-la de volta trabalhando com ele, soltou uma frase que mudaria tudo: “Queria montar uma fábrica de doce de leite”. A ideia ficou na cabeça de Fran.
Naquele mesmo dia, a família reviveu uma receita antiga de doce de leite, da época em que a mãe de Fran o preparava. Seu irmão brincou, dizendo que a mãe nunca havia feito doce, mas a memória dela era clara: ela se lembrava do sabor, da textura, do potinho de doce acompanhado de milhopã, assistindo TV na frente de casa. “Era esse gosto que eu estava procurando”, emociona-se ao relembrar.
Foi então que Fran tomou uma decisão ousada: “Pai, se for pra montar a fábrica de doce de leite, eu volto”. E assim, contra todas as suas resistências anteriores, ela voltou para Goioerê, movida por um chamado que ela mesma define como divino. “Deus mandou, e quando a gente entende um chamado, não tem como dar errado”, afirma com convicção.
O Início do Doce de Leite Fonte Azul: Memória e Adaptação
O nome “Fonte Azul” não veio por acaso. É uma homenagem ao lugar onde Fran nasceu e onde suas primeiras memórias de doce de leite foram formadas. “Eu comia doce de leite com Milhopã, sentada na frente da TV. É essa imagem que vem à minha cabeça”, conta. A receita, inspirada na de sua mãe e avó, mineiras que trouxeram a tradição de fazer queijos e doces, foi adaptada por Fran para atender ao paladar contemporâneo.
Vivendo em um mundo onde a busca por uma alimentação mais saudável é constante, Fran, que já teve seus próprios desafios com a saúde, chegando a pesar 110 quilos, decidiu reduzir o açúcar. “Eu queria um doce que não enjoasse, que mesmo quem está de dieta pudesse comer sem tanta culpa”, explica. Com técnicas aprendidas na gastronomia e muita experimentação, ela criou um doce de leite com menos açúcar, mas que mantém a textura aveludada e o sabor autêntico. “Pega o do mercado, pega o meu e compara. Depois a gente discute”, desafia ela, com um orgulho contagiante.

Os testes não foram fáceis. Fran passava a semana trabalhando em Maringá e, nos finais de semana, pegava um ônibus para Goioerê, chegando de madrugada. No sábado, já começava a testar receitas na cozinha da mãe, com uma panela elétrica de 24 litros que mexia sozinha – “porque braço hoje em dia é pra bíceps, não pra mexer doce”, brinca. Foram meses de idas e vindas, erros e acertos. “Um dia talhava, outro dia dava errado. Ninguém vê os perrengues”, desabafa, mostrando que o sucesso não veio sem esforço.
Do Acidente à Inovação: A Chegada da Ambrosia

Além do doce de leite cremoso, ela acabou desenvolvendo outro produto por um acidente de percurso: a ambrosia, um doce de leite coalhado, mais firme, com um toque especial. Inicialmente, ela resistia à ideia de fazer ambrosia, por preconceitos e pela memória de que era feita com leite azedo. “Achava trabalhoso, não queria fazer”, admite.
Mas, um dia, o leite talhou acidentalmente na panela. Sua mãe sugeriu transformá-lo em ambrosia, e o resultado, embora não perfeito na primeira tentativa, abriu portas. Após ajustes, a ambrosia se tornou um sucesso, equiparando-se ao doce cremoso em vendas. “Hoje, todo dia tem alguém pedindo ambrosia”, comemora.
Mais recentemente, Francieli lançou o doce de leite em pedaços, outro desafio técnico, já que reduzir o açúcar torna o processo de corte ainda mais difícil. Mesmo assim, o sabor único conquistou os clientes, provando que cada obstáculo pode se transformar em oportunidade.
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Construindo uma Marca com Carinho e Estratégia
No início, a distribuição era tímida. Francieli vendia por meio de seu pai, que levava os potes para seus clientes, e testava com conhecidos e familiares em Maringá. Os primeiros rótulos eram simples: uma bolinha adesiva na tampa e um lacre.

Mas, com sua formação em marketing, Fran sabia da importância de construir uma identidade. O nome “Fonte Azul” foi escolhido após muitas pesquisas e conversas em família, refletindo a origem e a memória afetiva do doce. “Pesquisei nomes de doces caseiros, vi que muitos remetem ao lugar de origem. Então, decidi por Fonte Azul”, explica.

A divulgação começou a ganhar força quando, após muita relutância, Francieli criou o Instagram do Doce de Leite Fonte Azul. “Eu orientava os outros a aparecerem nas redes, mas quando era comigo, tremia igual vara verde”, ri. Hoje, Fran faz entregas semanais em Goioerê, ajustando sua produção entre segunda e quinta-feira, e participa da Feira do Empreendedor, uma iniciativa da Secretaria da Indústria e Comércio, do município de Goioerê, que apoia pequenos negócios.
Os Desafios de Empreender e o Medo da Regressão

Voltar para Goioerê não foi fácil. Para quem via de fora, parecia uma regressão. “Eu estava em Maringá, gerente comercial, morava sozinha, e de repente volto pra casa dos meus pais, pra vender doce”.
Ela enfrentou o medo do julgamento e a insegurança de começar algo novo. “Tinha gente que perguntava: ‘O que tem de diferente no seu doce?’ Eu respondia: ‘Menos açúcar, sabor de verdade. Pega o meu, compara e depois a gente conversa’.”
Apesar das dúvidas, Fran seguiu em frente, apoiada por sua família e por pessoas que acreditavam em seu trabalho. Hoje, ela vive do Doce de Leite Fonte Azul e está no processo de formalização, buscando a certificação do SIM (Serviço de Inspeção Municipal) para expandir ainda mais. “Não espero tudo ficar 100% pronto. Às vezes, a gente perde oportunidades por querer perfeição”, reflete.
Um Negócio que é um Abraço

Ao final da entrevista no Almanaque, Fran define seu negócio com uma frase que resume toda a emoção de sua história: “O meu negócio é um abraço pra quem tem memória”. Para ela, o Doce de Leite Fonte Azul não é apenas um produto; é uma conexão com o passado, um resgate de sabores que muitas pessoas nunca experimentaram de verdade. “Tem gente que nunca comeu um doce de leite de verdade. Meu doce é carinho, é uma comida que te abraça”, emociona-se.
Mais do que isso, Fran se tornou uma inspiração para outros empreendedores. Pessoas a procuram para pedir conselhos, compartilhar ideias e buscar motivação. “É muito satisfatório alguém chegar e pegar só um pouquinho do doce, e depois dizer ‘nossa’. Isso não tem preço”, conta.
O Recado para Quem Está Começando
Para os empreendedores que enfrentam desafios ou estão “perdidos”, Fran deixa um recado cheio de sabedoria: “Fique atento aos sinais. Não deixe de contar com pessoas. Esqueça as vozes chatas que ficam na sua nuca. Procure quem vai te apoiar. Quando você se movimenta, as pessoas se movimentam com você.” É um lembrete de que o caminho do empreendedorismo não precisa ser solitário, e que cada passo, por menor que seja, conta.
Onde Encontrar o Doce de Leite Fonte Azul?
Se você ficou com água na boca e quer experimentar esse doce que é um verdadeiro abraço, pode encontrar Fran pelo Instagram Doce de Leite Fonte Azul ou pelo WhatsApp (44) 99136-3747. As entregas acontecem semanalmente em Goioerê, e o doce também está presente na Feira do Empreendedor, realizada a cada 40 dias.
Uma História de Resiliência e Sabor
A história de Franciele Maldonado e do Doce de Leite Fonte Azul é um lembrete de que os sonhos podem surgir dos lugares mais inesperados. De uma memória de infância na Fonte Azul a um negócio que aquece corações, Fran transformou desafios em oportunidades, provando que, com fé, trabalho duro e um toque de carinho, é possível criar algo único. Como ela mesma diz, “não tinha como ser diferente”. Que tal provar esse doce e sentir, você também, o sabor de um abraço?
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