FAEP alerta para crise no setor leiteiro e pede medidas urgentes
Queda no preço do leite compromete sustentabilidade da atividade e coloca milhares de produtores em risco no Paraná e em todo o país.

O Sistema FAEP manifestou preocupação com o agravamento da crise enfrentada pela cadeia produtiva do leite no Paraná. O alerta também se estende ao restante do país.
Atualmente, o valor pago pela matéria-prima está, em muitos casos, abaixo de R$ 2 por litro. Por outro lado, o custo de produção gira em torno de R$ 2,62, segundo levantamento da Câmara Técnica do Conseleite Paraná, realizado em agosto de 2024.
Essa defasagem coloca milhares de produtores em situação de prejuízo. Como consequência, a sustentabilidade da atividade está comprometida, especialmente nas pequenas e médias propriedades.
Fatores que agravam a crise
Tradicionalmente, o segundo semestre apresenta queda na remuneração. Isso ocorre devido ao aumento da produção e da captação de leite, influenciados pela maior oferta de alimento para o rebanho.
No entanto, a crise atual se intensificou por dois fatores principais: o aumento das importações de leite em pó e queijo, especialmente de países do Mercosul, e a baixa capacidade de compra do consumidor brasileiro.
Além disso, muitos produtores tentam equilibrar as contas aumentando o volume de produção. Esse movimento, embora compreensível, amplia a oferta e pressiona ainda mais os preços pagos pela indústria.
FAEP pede ações concretas
“O produtor de leite paranaense tem demonstrado enorme resiliência diante das dificuldades, mas a situação atual é insustentável”, afirmou Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP.
Segundo ele, o preço pago hoje não cobre o custo de produção. “Isso coloca em risco uma atividade essencial para o desenvolvimento econômico e social do Estado. É urgente que medidas concretas sejam adotadas para restabelecer o equilíbrio do setor”, completou.
Queda contínua e falta de recuperação
De acordo com o Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP, o mercado manteve relativa estabilidade no primeiro semestre de 2025. Entretanto, diferentemente de anos anteriores, não houve recuperação durante o período de entressafra.
A partir de julho, os preços passaram a cair de forma consecutiva. Como resultado, os produtores enfrentam um cenário de incerteza, que exige atenção imediata das autoridades e do setor industrial.
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