Gordura no Fígado: O Inimigo Silencioso que Você Precisa Conhecer e Combatê-lo!
A nutricionista Isabela Reichardt abordou de forma didática as diversas facetas dessa doença silenciosa

A esteatose hepática, popularmente conhecida como “gordura no fígado”, é uma condição que atinge milhões de pessoas e, muitas vezes, avança sem que a pessoa perceba. No episódio mais recente do Bate-papo com a Nutri, no programa Almanaque da 104 FM, a nutricionista Isabela Reichardt abordou de forma didática e profunda as diversas facetas dessa doença silenciosa. Desde a desmistificação de que a causa é apenas o consumo de frituras até a complexa relação com proteínas, álcool e diabetes, a especialista ofereceu um panorama completo e prático sobre como identificar, prevenir e tratar a gordura no fígado. Em síntese, ela enfatizou a importância crucial de uma mudança de hábitos para uma vida mais saudável.

Foto: Shutterstock
O Que É Esteatose Hepática e Suas Origens Inesperadas
A esteatose hepática envolve o acúmulo excessivo de gordura (lipídios) dentro das células do fígado (hepatócitos). No entanto, contrariando o senso comum, a nutricionista Isabela Reichardt explica que a condição não se limita apenas ao consumo de alimentos gordurosos. De fato, segundo ela, o excesso de carboidratos também origina a gordura no fígado. Isso ocorre porque quando consumimos mais energia do que gastamos, o corpo armazena o excedente, inclusive no fígado, na forma de gordura.
Um fator que as pessoas frequentemente negligenciam é a baixa ingestão de proteínas. O fígado necessita de proteínas específicas, como as apoproteínas, para se ligar à gordura e transportá-la para fora do órgão. Consequentemente, quando essas proteínas faltam, o fígado acumula a gordura, levando à esteatose. A nutricionista destaca que o baixo consumo de proteínas pode favorecer a gordura no fígado, pois, nesta situação, se o corpo não forma a proteína específica necessária para o transporte, a gordura simplesmente sobra e se acumula.
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Álcool, Obesidade e Diabetes: Ligações Perigosas com a Saúde Hepática
O álcool é um dos principais vilões do fígado. Para ilustrar, Isabela menciona que o fígado metaboliza cerca de 80 a 90% do álcool ingerido. O consumo excessivo cria um ambiente celular ácido, dificultando a geração de energia e, assim, resultando no acúmulo de gordura. Ela explica que o álcool deixa o ambiente celular mais ácido e pode destruir algumas estruturas de células, facilitando a sobra de gordura.
Um outro fator crucial é a relação com a obesidade e o diabetes. Grande parte das pessoas com gordura no fígado também apresenta sobrepeso, obesidade ou diabetes. Nessas condições, o corpo tem dificuldade em transportar a glicose para dentro das células para produção de energia. Em face dessa carência, o organismo busca fontes alternativas, como os triglicerídeos e ácidos graxos do tecido adiposo. Embora o organismo mobilize essa gordura para fornecer energia, é importante notar que o fígado reacumula parte dela, agravando a doença.
Sinais de Alerta e a Importância do Diagnóstico Precoce
Por ser uma “doença silenciosa”, a esteatose hepática frequentemente não apresenta sintomas claros em seus estágios iniciais. Todavia, alguns sintomas inespecíficos podem servir de alerta, como dores de cabeça persistentes, cansaço excessivo e uma notável falta de energia para realizar atividades diárias básicas. Por isso, se você sentir esses sinais, especialmente com histórico familiar de doenças metabólicas (diabetes, hipertensão, colesterol alto), é fundamental procurar um médico.
Para um diagnóstico preciso, profissionais exigem avaliação médica e exames laboratoriais. Entre os mais importantes, estão as enzimas hepáticas (TGO e TGP), insulina basal, glicemia em jejum, colesterol total e suas frações (HDL, LDL) e triglicerídeos. A nutricionista ressalta que estes são exames cruciais para ter certeza do diagnóstico e que a pessoa pode ter dor de cabeça, cansaço e falta de energia, sendo, portanto, esses sintomas um indicativo para a investigação.
O Caminho da Recuperação: Reeducação e Movimento
A boa notícia é que a esteatose hepática é uma doença que, em muitos casos, podemos tratar e reverter. A chave, em suma, está na mudança de hábitos. Um foco intenso na reeducação alimentar e na prática regular de atividade física é essencial.
Primeiramente, a reeducação alimentar é fundamental. Isso inclui a redução drástica ou eliminação do consumo de álcool e carboidratos refinados (como pães brancos, bolos, doces e refrigerantes). Vale ressaltar que mesmo alimentos considerados saudáveis, como algumas frutas com alto teor de frutose, você deve consumir com moderação e, se possível, integrar a refeições mais completas que contenham proteínas e fibras, para atenuar picos glicêmicos. Isabela alerta que é essencial ter equilíbrio na alimentação, principalmente na infância, pois estamos formando o paladar de uma pessoa para o futuro.
Em segundo lugar, a atividade física regular é indispensável. A nutricionista enfatiza que não há como não fazer atividade física. A prática regular de exercícios ajuda na perda de peso e gordura, sendo fundamental para reverter o quadro.
Finalmente, o emagrecimento saudável. A perda de peso foca na redução de gordura, e não apenas no número da balança. Isabela alerta sobre o reganho de peso que ocorre quando as pessoas usam métodos rápidos (como as “canetas” para emagrecer) sem a real mudança de hábitos, pois é preciso atentar-se à mudança de hábitos.
Prevenção Desde Cedo: O Impacto do Exemplo Familiar
A formação de hábitos saudáveis começa na infância. A nutricionista Isabela Reichardt ressalta que o exemplo dos pais é a melhor forma de educação. Crianças pré-diabéticas são uma triste realidade, evidenciando a urgência de bons hábitos desde o berço. Ela observa que “nada melhor para educar do que o exemplo. Então, se o pai ou a mãe não pratica uma atividade física, é sedentário. A criança vai observar aquilo e vai achar que aquilo é bom“. Isso demonstra que, para construir um futuro com mais saúde e qualidade de vida, o trabalho em conjunto é de toda a família.
Siga a nutricionista Isabella Reichardt no instagran @nutri.isareichardt
Toda quinta-feira tem um ‘Bate-papo com a Nutri’ no programa Almanaque da 104 F
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