A tão falada Reforma Tributária está prestes a transformar a maneira como lidamos com impostos no Brasil. O contabilista Agilson Flausino explicou os principais pontos da Lei Complementar 214/25 durante uma entrevista à 104 FM . Ele detalhou como cinco impostos serão substituídos por apenas dois – a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – e o impacto gradual que essa mudança trará a partir de 2027, atingindo desde microempresários até produtores rurais e proprietários de imóveis. Entenda agora o que vem por aí e como se preparar.
A grande novidade da Reforma Tributária é a unificação de diversos impostos existentes em apenas duas novas contribuições. Segundo o contabilista Agilson Flausino, o objetivo é simplificar, mas as mudanças são profundas.
A CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) vai substituir o PIS e a COFINS, que são contribuições federais sobre o faturamento das empresas. Essa mudança começa a valer de forma plena já em janeiro de 2027.
Já o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) é ainda mais abrangente. Ele vai tomar o lugar do ICMS (imposto estadual), do ISSQN (imposto municipal sobre serviços) e, no futuro, também do IPI (imposto sobre produtos industrializados). A implementação do IBS será um processo mais lento, acontecendo aos poucos até 2032, devido à sua complexidade e ao envolvimento de governos estaduais e municipais.
Não pense que a reforma acontecerá de uma vez. Agilson destaca que há um período de preparação e adaptação:
O ano de 2026 será fundamental para que todos os envolvidos – empresários, contadores e até o próprio governo – se organizem. Será um tempo para estudar as novas regras, analisar o impacto nos negócios e adaptar os sistemas, garantindo uma transição mais tranquila.
Um dos pontos mais esperados da reforma é o benefício para as empresas do Simples Nacional, que representam a maioria das empresas brasileiras. Atualmente, elas pagam impostos em uma guia única (DAS) e não conseguem gerar créditos tributários, o que muitas vezes as deixa em desvantagem. Com a reforma, isso muda:
Essa nova possibilidade pode aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas, especialmente aquelas que vendem para outras empresas, pois a capacidade de transferir créditos as tornará mais atraentes no mercado.
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A Reforma Tributária não é só para empresas. Agilson fez um alerta importante: a abrangência das mudanças chegará também às pessoas físicas e aos produtores rurais, expandindo o número de contribuintes.
Por exemplo, pessoas que vivem de aluguéis de imóveis podem ser fiscalizadas mais de perto. Com o novo cadastro imobiliário nacional, a Receita Federal terá mais dados para cruzar informações. Da mesma forma, os produtores rurais terão que se adaptar:
A partir de meados do próximo ano, muitos proprietários rurais precisarão ter CNPJ e também serão obrigados a recolher as novas contribuições. Essa ampliação na base de contribuintes, junto com a centralização dos dados, tem como objetivo melhorar a fiscalização e aumentar a arrecadação.
Apesar dos desafios iniciais, a reforma promete trazer melhorias importantes, como menos burocracia e mais transparência. Para Agilson, a unificação dos impostos é um facilitador:
Ao substituir cinco impostos por apenas dois, o sistema espera reduzir o trabalho e a dificuldade para os empresários calcularem seus preços de venda e serviços.
Outro ponto crucial é a centralização de todas as informações tributárias no SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados). Hoje, cada município e estado tem seu próprio sistema. Com a reforma, tudo será unificado.
Essa centralização facilitará o cruzamento de dados, tornando a fiscalização muito mais eficiente e precisa. É um verdadeiro “mapeamento” de todas as atividades econômicas do país.
A expectativa é que a alíquota combinada de CBS e IBS possa ficar entre 27% e 30% quando tudo estiver em pleno funcionamento. Isso não significa necessariamente uma redução da carga tributária total, mas sim uma reorganização dela. A dificuldade em definir essa alíquota única se dá, em parte, pela negociação com os estados sobre o ICMS.
Ailson ainda mencionou uma visão futurista para o pagamento de impostos que traria mais transparência ao consumidor:
A ideia é que, ao fazer um pagamento (seja Pix ou cartão), o valor do imposto já seja automaticamente separado e enviado para a conta do governo, e o restante para a conta do empresário. Isso faria com que o consumidor soubesse exatamente quanto de imposto está pagando em cada compra.
A Reforma Tributária é uma realidade e a preparação é essencial para navegar por essas mudanças. Se você é empresário, produtor rural ou recebe aluguéis, buscar orientação especializada é fundamental para entender como se adaptar a esse novo cenário.
Fique por dentro! Para aprofundar-se nesse tema tão importante e entender todos os detalhes da Reforma Tributária, assista a íntegra do programa Almanaque com o contabilista Agilson Flausino.
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